terça-feira, 29 de julho de 2014

HEROÍNA SÃO PEDRENSE




Família Rosinha Caroli

Heroína São Pedrense


ES, São Pedro do Itababoana
2 de novembro de 1930 até 10 de julho de 1980
in memoriam de Rosa Caroli


Vou falar neste cordel
Fatos entre mulheres,
Rosa Caroli é uma delas
Extraordinária na caridade e no amor
Notável espírito público
Senso de justiça! Fazia da profissão,
Motivada por sua ética: Era líder do povão.


No dia de finados
Estava na igreja orando
O elo entre o humano e divino
ressoava tão profundo,
Porém, lá fora o profano.
Sua terra natal sendo saqueada
Naquele momento! Naquele segundo!


Os malditos “cabritos” revolucionários
Levaram quase tudo:
Os arquivos da municipalidade,
Móveis e Livros de Tombos e
O poder Administrativo de toda cidade.
Estarrecida, tinha visão sem compreender...
Ficou a refletir: “Por que tanta maldade?”


Pior de tudo é que os homens
Vendo tamanha barbaridade, nada faziam,
Não tomavam qualquer atitude.
Ela começou então a enviar mensagens,
Para todos os moradores
Pedindo confiança e união.
Rosa não entendeu, só mulheres na reunião.


Ela disse. “Mamãe estava lá me apoiando.
Dirigimo-nos ao Edifício do Fórum
Ficamos revoltadas...
Quase tudo quebrado!”
E ouvia-se. “Agora temos outra cidade
Nova Sede... Novo administrador
Por ordem do capitão: João Punaro Bley, o interventor”.


Pôde observar que os soldados,
Talvez por pressa ou falta de tempo,
Haviam deixados pendurados
Os lindos lustres de cristais
Que traziam orgulho aos São Pedrenses
Eram tantas belezas reais
Vindas da França, a pedido dos intelectuais.


Lendo o Globo de 17/11/1930 deparou-se
Com uma coluna de intrigas e de mentiras.

Dizia a nota: “Sr. Octavio Ferreira Gonçalves,
Interventor do Município de São Pedro
Foi ele, que pediu a mudança de Sede...”
Na verdade o que aconteceu
ditado, foi, pela mente politiqueira do Chefe.


Nas mãos de meia ou uma dúzia,
De habitantes de Mimoso
O Senhor interventor
Foi um boneco de molas ou até um manequim,
Obedecendo a tudo que lhe ordenava,
Essa equipe de politiqueiros,
E ele cumpriu tudo por inteiro.


São Pedro do Itabapoana e João Pessoa,
Vizinhos, mas em desavenças infantis,
Para São Pedro, João Pessoa era “Curral de cabritos”
E João Pessoa, os chamava de “Ninho da coruja”.
Desde o assalto acontecido,
As reuniões de Rosa eram quinzenais,
Dentro da própria esfera, ex-arquivos municipais.


Professora Rosa Caroli enviou telegrama
Ao Exmo. Sr. Dr. Getulio Vargas
E neste narrava toda a armação
Que São Pedro sofrera
De homens a mão armada,
Todo o tipo de humilhação
Os moradores apavorados saíram sem direção.


Naquela mesma noite
São Pedro foi assaltado outra vez
Os jagunços foram à sede da antiga comarca,
Cruéis, despiram o antigo edifício,
Em trama bem armada contendo viseira,
A mando do Excelentíssimo Senhor
Pedro José Vieira.



O prefeito de João Pessoa
Respondeu à professora
Dona Rosa Caroli, e
Ousou com sua diplomacia:
“Que os lustres de cristal,
Teriam de pertencer
A nova Administração Municipal”.


Com isso evitariam-se gastos
Para o cofre público
Tal medida fora exigida.
A professora Rosa Caroli,
Responde bem assim:
“Como vou convencer meu povo
Se os Senhores não dobraram nem a mim?


Vejam bem a Delegacia,
O grande Hotel Amorim
Vocês compraram
Edifícios velhos, reformados,
E ainda por cima
Por alto preço
Super faturado.


Olhem bem esses imóveis,
Todos desengonçados
Com cinismo vêm me falar
Sobre economia...
Que precisa fechar a torneira.
Francamente...
Nunca vi tanta asneira.


Pelo fato já citado
Não vamos deixar sair daqui
Alguns objetos, como os lustres.
Respeitamos à Vossa Senhoria
O motivo que nesta me alega,
fazer economia, mas para mim não pega;
Por favor, já conheço bem essa folia”.


Sempre com criatividade
E sua liderança reunindo a mulherada,
Fazia discursos com muita confiança.
Os homens caíram fora,
Escondidos atrás de vil covardia,
Só poderia contar com a classe feminina
Defender aquela terra, pois ainda restava esperança.


Os homens de São Pedro, apavorados,
Foto "Vitor Nogueira"
Diziam: “Nossas mulheres estão loucas”
Eles estavam com medo e acuados
Disfarçavam enquanto Rosa discursava:
— Vamos nos armar,
Eles pensam que estamos malucas,
Mas se for preciso atiramos até na nuca.


Talvez ela estivesse cansada da injustiça,
Responde ao Senhor Prefeito Municipal:
“Não consentiremos na saída
De mais nada de São Pedro, pois
Descobrimos que além de pertencer ao nosso distrito
São donos também os outros cinco...
E vocês querem ser donos no grito”.


A professora de alma grande
Apelidaram-na de cangaceira,
Pois a única coisa que ela queria
Era salvar um pedacinho de seu
Espírito brasileiro...
E não causar confusão
Dentro dos distritos inteiros.


Se fosse preciso a luta armada
Foto de "Vitor Nogueira"
Algumas mulheres
Já possuíam em suas moradas
Bazucas, espingardas, porretes,
Revólveres, machados, até facão,
E outros tipos de armas
Que poderiam causar contusão.


Dois dias depois, vinda do Rio de Janeiro,
Nova comunicação
Da Secretaria de Instrução.
Rosa Caroli leu o telegrama
Transpassou-lhe a alma e o coração
Censurava todos os seus gestos
Sua rebeldia e sua ação.


São muitas mentiras e traições,
É como onda que leva a canoa,
Pois acabara de ler um telegrama
Felicitando-a, assinado pelo político Gambôa.
Dizia ser seu amigo...
Pelo gesto honroso e nobre,
Na causa de muita gente e na defesa do mais pobre.


Deixando-se levar
Por brigas e intrigas
O Ministério da Justiça
Telegrama passou à Rosa
Afirmando nela ter consideração,
Que deveria dar mais atenção
Aos documentos que já estavam em suas mãos.


Cadê a cidadania da professora?
Onde está sua liberdade?
Ela pede ajuda ao Pai do céu:
“Eu desejo ter felicidade
Devo apelar pela dama popular,
Darci Vargas, esposa do Presidente,
Uma cristã de verdade”.


E assim Rosa lhe escreveu
Esmiuçando os pequenos e os grandes fatos,
Uma narrativa perfeita,
A qual lhe deixou contente.
Narrou-lhe do Município que virou Distrito
Foto "Vitor Nogueira"
Dos que queriam levar a vitória pelo grito,
E o povo lhe apelando não ficaria contrito.


Rosa sentiu-se muito confiante
Do processo a se reverter,
São Pedro voltando ser Sede outra vez
Tudo que lhe fora tirado, de volta iria receber,
Pois até o nome de uma Rua de São Pedro
Oswaldo Aranha ia receber
Para lhe honrar e lhe agradecer.


Ele, Ministro da Justiça,
Com carinho lhe respondeu:
“Não sou digno de ser homenageado
Com tão mérito e congratulação,
Estou bastante emocionado,
Já sinto um pedacinho desse chão
Dentro de vossa emancipação”.


A casa de Rosa amanheceu cercada,
Muitos soldados, todos armados,
Foto "Vitor Nogueira'
Seu pai, não a censurou, mas ficou paralisado,
“Eu não sou brasileiro! Posso ser deportado”.
— Aquieta-se pai, se a lei do homem falhar,
Eu apelo ao divino,
Vou agir sabiamente e com cuidado.


Enchendo-se de inspiração,
Foi dialogar com um dos soldados,
Esse lhe apontou o capitão,
Ela caminhou... E foi questioná-lo:
“Por favor, mostre-me a ordem
De meu lar invadir”.
O militar ficou sem jeito e calado também.


A professora concluiu: “Sou cidadã brasileira
Digo-lhe com convicção
Reconheço as Leis de meu País
A não ser que Vossa Senhoria
Arbitrariamente me dê ordem de prisão.
Mas aconselho Vossa Excelência,
Juntar seus jagunços e retornar com o caminhão”.


Tremeu o oficial,
“Realmente eu não a trouxe,
Tudo que recebi foi ordem verbal,
Mas por enquanto farei o que a senhora pediu
Voltarei ao quartel sem lhe molestar,
De ante mão quero lhe dizer:
Outro dia... Outra hora, alguém vai voltar”.


Rosa Caroli, sempre culta e prendada,
Resolveu fazer tudo perante a Lei e a democracia
A professora, como uma cidadã comum,
Relatou via telegrama ao Senhor Administrador,
Chefe do Governo Provisório:
Excelentíssimo Sr. Getúlio Vargas
“Meu Distrito está em luto, espero compreensão”.


Parece que os inimigos de Mimoso,
Talvez meia, ou uma dúzia.
Queriam mesmo lhe apunhalar,
Já que naquela época era muito feio
Mulher querer mandar em homem,
Era isso o que eles pensavam
Foto "Vitor Nogueira"
Mas só pela justiça elas lutavam.


Sem que ninguém soubesse
Numa noite de silêncio,
São Pedro adormecida,
Rosa retirou da Câmara
Todos os lustres de cristais
Acabando a diligência
Ao raiar com os cantos dos pardais.



Colocou os lustres em caixas de madeira,
Foram escondidas debaixo de sua casa
Rente a um baldrame;
Uns montes de lenha retiraram
E lá colocaram as caixas.
Lenha que servia para alimentar o fogão,
Que foi reposta com muita atenção.


Passados alguns dias,
De repente alguém gritou:
“Lá na estrada, eles estão vindo.”
Foi um corre corre danado,
O pai de Rosa, outra vez, muito emocionado,
Repetiu para sua filha em tom desesperado:
“Filha eu posso ser expulso desse berço amado”.


A filha acalmou os pais,
Ele ainda não era naturalizado.
Rosa foi ao encontro da força policial,
Que nessas alturas toda a sua casa,
Quartos, banheiro, cozinha, havia invadido.
Eles já teriam passado na antiga comarca
E nada do que queriam fora encontrado.


Tudo! Tudo sendo revistado
Pela força do poder,
Parecia a turma de lampião
Que só mesmo o leitor vendo para crer,
Aquela guerra emocional,Cadê a cadeia?
Foto Vitor Nogueira
Rosa já cansada, estava exausta
Dentro de tanta revolução.
Para completar aquela situação
Acabara de receber
Oficio ameaçador à sua função intelectual,
Vindo por parte
Do tal interventor:
“Coloque a disposição sua cadeira
Junto ao Órgão da municipalidade”.


O homem que trouxe tal ofício
Por coincidência, seu amigo de faculdade,
Vindo de Vitória! Excelente Doutor
Comportamento ético e moral,
Ele lhe aconselhou: “Devolva o que eles querem,
Livre-se dessa armadilha infernal,
Não adianta, eles tem a força de um trator”.


Rosa refletiu a proposta do amigo.
“Você tem razão: Defender o quê?
Pois certa vez o próprio interventor me disse:
“O que está feito está feito”.
Pode responder para eles
Que ganharam no peito,
Mas tinha que ser desse jeito.


Transmita ao Senhor Administrador,
Que certo dia ele mesmo me falou
Quando apresentou seu programa de governo
Suas propostas eram lindas! A cidadania!
O valor do soberano...
Das consolidações unidas
Aos emigrantes e suas estadias.


Leve a ele também,
Meu currículo profissional
Quando no Estado registrei, foi por mérito,
E não por favores politiqueiros.
Devolvo, sim, a minha cadeira! Está à disposição,
Desde agora, não por que ele quer,
Mas, sim, atendo-me a uma premonição”.


Rosa partiu desse Distrito, com a cabeça erguida,
Sua irmã desabafou:
“Eu era sua grande fã.
Uma pessoa encantadora,
Criativa, prendada e muito inteligente,
Falava línguas diferentes.
Integro era todo o seu dinamismo.


Lá na Guanabara, Rio de Janeiro,
Cidade maravilhosa
Ela teve um futuro brilhante,
Integrou-se numa carreira
Bastante empreendedora,
Ganhando melhor salário
Em função merecedora”.


O tempo passou... 1980 Mimoso do Sul festejou
Foto Vitor Nogueira
A sua data magna, e de Rosa Caroli se lembrou.
Comissão de Festas a ela convidou,
Como filha ausente, querida da cidade,
Receberia singela homenagem,
Mas o desejo dos festeiros não se concretizou...
Talvez estivesse ainda ferida.


A todos perdoou!
Hoje na casa do Pai faz morada,
Deus recebeu sua filha amada,
Ela retornou à luz, de onde veio,
Aqui deixou uma marcante história
Pelo próximo, ela lutou!
No que acreditava, ela plantou!


Expresso minha gratidão, através destes
versos que digitei com ajuda de sua irmã,
Nilza Caroli, rumo à dez décadas de vida.
Todo o dia recebe a Eucaristia,
Onde tem verdadeira sustentação
Quem quiser ser feliz, ter vida em abundância,
Deve viver em comunhão, com Deus e com o irmão.









LIVRO SÃO PEDRO DO ITABAPOANA - FOTO "VITOR NOGUEIRA

São Pedro do Itabapoana


Diamante das colinas
De uma era colonial, Monjardim!
Envolto em histórias,
Pelo decreto provincial.
Foto Vitor Nogueira


Na construção do belvedere,
Fica a cidade desenvolvida,
Ilustre potencial,
Bastante movimentada,

Sem o Festival de Inverno,
Fica pacata esquecida.
São imóveis residenciais,
Num pequeno Oásis de anil,

Foto Vitor Nogueira
Forma o luzeiro da paz,
Escreveu Grinalson Francisco Medina,
“A nossa terra amada e mais gentil.”
Grande poeta, filho seu,

Desse imenso País, Brasil!
Rememorar a constelação,
É conciliar com essas famílias tímidas,
Residentes nas moradias operárias,

São homens que não perderam a identidade
do chapéu. É um povo de ação.
Cérebros que confiam,
Mãos que trabalham.


São Pedro do Itabapoana,
Foi cidade no passado,
Hoje, apenas Sítio histórico tombado,
Num cenário para filmes,

De fatos admiráveis,
Aquele que a conhece,
Com certeza se redime.
Já faz sucesso o conjunto,
De jovens totalmente rurais,
Foto Vitor Nogueira

De sanfona e viola, emocionam...
No festival, vai até ao amanhecer orvalhado,
Envolvente programação,
Afável magia, nada é penoso,
O amor tudo vence,
Até na alegria do outro dia.


São Pedro do Itabapoana,
Calçadas antigas,
Estreitas pedras quadradas, pé-de-moleque,
Casas de tempo de existência,
O estilo enxaimel das construções,
Nelas habitam os São Pedrenses,
Foto Vitor Nogueira
Filhos seus... Da cidade...
Ou do vilarejo,
Que estacionou no tempo,

E ainda não morreu,
Essa história tem alma,
Tem sonhos,
Acima de tudo moralidade,
São Pedro do Itabapoana, está longe de ser curral,
Sua festa é mais bonita, quando resgata o cultural.


Mimoso do Sul



Cidade de fascínio misterioso
Seus vales, pedras e colinas,
Com o roubo da comarca nasceu Mimoso,
Usaram astúcia como ave de rapina.

A construção da linha de ferro
E as terras de sua geografia
Foram alvos de grito e berro;
Luta mentira e muita ousadia.

O poder era bastante teimoso,
Tinha apresentado convicção:
Serrarias, o café deu impulso a Mimoso,
Fortalecendo os formadores de opinião.

Imigrante foi bem recebido,
Para o bem-estar da coletividade,
Junto aos filhos da terra já nascidos,
Fizeram o crescimento da cidade.

Os anos foram passando...
Entidades, movimentos, e
Os poderes públicos se modelando,
Baseados em suas Leis e orçamentos.

Colaboravam com o bem comum, muitos cidadãos,
Quatro deles seguravam a ponta de um lençol,
Tendo no centro o desenho de uma cruz horizontal,
Arrecadavam numerário para o Hospital.

sempre destinado à sua manutenção.
Nas festas da cidade, saíam no meio do povo,
Nem era preciso pedir dinheiro,
As pessoas jogavam de novo.

De repente alguém gritou,
“Lá vem a fanfarra escolar.”
Lindo desfile: Alunos do ginásio,
Coordenado pelo vigário.

É às 18 horas, bela sinfonia,
Momento sagrado!
Na voz de Maria Eugênia,
Irmã da professora Uardia,

Filhas do Senhor Cirilo,
A oração da Ave Maria.
O alto-falante, lá do campanário,
Leva o som à cidade em raios.

Hoje contemplo o morro,
E nele, a imagem do Cristo Redentor,
Agora já temos as antenas,
Para TV, rádio comunitária e celular

Que cobre toda a cidade,
Para a gente se comunicar.
Mimoso do Sul afastaram-me de ti,
Por motivo convincente...

Mas quando a terceira idade chegou,
Lembrei-me da vida de adolescente.
Ao teu seio voltei!
Voltei para te resgatar,

E nessa terra mimosa... Não sei quando,
Só sei que irei repousar.
Mimoso do Sul!
Com seus erros e acertos,
Não canso de afirmar,

Sempre! Sempre...
Eu vou te amar.



Mimoso contemporâneo


Não agrida a sua terra natal,
Mimosa Mimoso! Vale encantado,
Onde nasceu sua vida e seu filho amado,
Herdando sua cultura e o berço imortal.

Cidade repleta de histórias gigantes,
Oferece boa educação e tudo que nos envolve.
Uma mulher de garra e ética nos devolve.
São lutas, parceria na rua,

Sei que nem todo político é fiel.
Trapaça, um lava a mão do outro,
Tornando os habitantes amargos como fel.

Resgatamos a liberdade que se refaz,
Um pássaro isolado não faz “festa”
Juntos na certeza, almejamos a ética e a paz.




Conceição do Muqui


Terra fértil entre montanhas, que beleza!
O verde dos cafezais cobre as chapadas das regiões,
Pai da torre negra, o pico dos Pontões,
Ponto culminante, chaminé da natureza.

Dando vida àquela inerte arranha-céu,
Nasce o Rio Muqui do Sul, neste distrito, em efusão,
A paisagem se desnuda, mostrando o seu coração;
Esfogueando os visitantes em prece, sob o manto véu.

Capela de Conceição me trouxe devoção,
Ao celebrar a história da Mãe do Cordeiro,
Reconheci no próximo, o verdadeiro irmão.

E ali, naquela igreja, me esvaí em oração,
Padroeira da vila dá suporte à economia,
Protege o solo temperado e o pão de cada dia.


Dona América


Senhora América
Prestativa, servidora, presença infinita,
Além de muitas outras partilhas
Doava refeições em marmitas.

Foi homenageada,
Seu servir não se apagou,
Ficou no cerne do distrito,
E o seu nome ele herdou.

Dona América,
Rodeada de grandes fazendas,
Ligada por uma ponte de marfim,
No passado foi de madeira,

Travessia muito ruim,
Onde tropas de mulas
Faziam transportes sem fim.
Creio ser Dona América
Um minúsculo distrito,
Ali, minha esposa,
Colaborou com a formação,

Levou para a comunidade,
O que é ser mestra,
O que é ser aluno
E o que é educação.

Distrito, Dona América,
Céu azulado de sonho,
Já teve correio e telégrafo,
Hoje somente o telefone,

Que ouve a voz com a mesma emoção,
Pode ser a do amigo...
Ou do enamorado coração.
São Domingos é o seu padroeiro,

E das famílias que lá residem,
O tempo ali não passa, é veloz como tiro
E por isso se evadiram muitas pessoas,
Voltando somente, em tempo de retiro.

Dobram os sinos,
Seguem os peregrinos,
Que, ao lembrarem...
Com sorrisos...
Corredeiras da Limeira, que fora paraíso
No tempo em que foram meninos.



Ponte do Itabapoana


Ó Tu que estás distante,
Localizada no extremo sul,
Tu és a mais bem acentuada
Que edifica um passado.

Quando chegaram as linhas férreas,
Elevaram o teu potencial,
Também na área de lazer,
Destacaste com atividade cultural,

Tendo clube, teatro e cinema,
Vindos de Campos e da capital.
Como nos interiores,
Aí também chegou a evasão,

De salário e de educação,
Com isso, houve
Grandes momentos de saudade
Daquele que se mudou.
O tempo se encarregou,

Novas perspectivas
Na região chegaram...
O Itabapoanense
Pelas raízes se entusiasmou,
Novo século está nascendo,
Anjos de Deus vêm vindo...
Nova mentalidade está surgindo.




São José das Torres


Distrito de Mimoso do Sul,
É o maior em dimensão territorial,
Magnetismo, profecia que aos poucos se revela,
Santuário secreto, beleza sem igual,

Onde tudo tem origem, do sacrário natural.
Suas terras produzem
Café, arroz, banana
É abundantes em pascigos, como se ali
Uma força de mistério sempre estivesse,
Tornando as montanhas, torres em elevada prece.

Abençoado, desde a infância,
Estrela D’Alva, Pico do Farol,
Peito de moça e Canduras,
Tudo é graça! Tudo é formosura.

Os vários riachos
Descem das serras calados,
Formando cascatas e pelas águas aos montes,
Lutando pela vida, entre pedras e fontes.

Esses fluviais afluentes perdem a vida no Rio Preto.
Que nasce na serra “Das Torres”,
Corre em “veias” extensas e planas,
Em direção ao Rio Itabapoana. 

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